Diversas revisiones y reformulaciones de la medicalización, desde su definición en la década de los setenta, han puesto en evidencia su carácter múltiple y diverso, y sus diferentes características de acuerdo con los géneros, edades, etnias, clases sociales y lugar geopolítico de las poblaciones consideradas. El objetivo de este trabajo es examinar, a través de las relaciones entre el tratamiento y el trato en contextos de crisis, ciertas dimensiones del proceso de medicalización en países por fuera del arco euro-norteamericano. Más específicamente, y partiendo de la noción de trato, los procesos de elaboración de "nuevos" tratamientos sobre "nuevos" problemas al ritmo acelerado de condiciones de emergencia, muestran su carácter de montaje entre diversos modos de tratar expertos y legos. La noción de palimpsesto permite modelizar a estos tratamientos como un montaje entre fragmentos heterogéneos, que se corresponden con diferentes regímenes de verdad-autoridad, genealogías y cronologías. Finalmente, abordar la avanzada de los sistemas expertos sobre "nuevos problemas", a través de la noción de palimpsesto promueve, a su vez, el cuestionamiento de la linealidad, homogeneidad, universalidad de la medicalización, y la revisión de su estatuto crítico.
Several revisions and reformulations of medicalization notion showed it as a multiple and complex process, with particular characteristics according to gender, ages, ethnic identities, social classes, and the geopolitical role of the target populations. Based on the analysis of the relationships between treatment (bio-scientific / psychiatric-psychological) and the mode to treat (trato) in contexts of crisis, the objective of this article is to exam several dimensions of the medicalization process in countries outside the euro-american arch. Taking as a point of departure Ulloa's notion of way to treat (trato), the analysis of the processes of submitting "new" problems under expert health system, shows that "new" treatments are montages of diverse ways to treat, expert and lay knowledge and practices. The notion of palimpsest allows us to modelize these treatments as montages among heterogeneous fragments, engendered by different truth-authority regimes, genealogies and chronologies. Finally, this approach based on the palimpsest model, questions the lineality, homogeneity and universality enclosed in the notion of medicalization, as well as its critical status.
Várias revisões e reformulações sobre a medicalização a partir de sua definição na década de 70 revelaram seu caráter múltiplo e diverso, bem como suas características diferentes de acordo com o sexo, idade, grupo étnico, classe social e localização geopolítica das populações consideradas. O objetivo deste trabalho é analisar, através da relação entre o tratamento e o trato em um contexto de crise, certos aspectos do processo de medicalização em países que estão por fora da esfera euramericana. De forma mais específica e baseado na noção de trato, os processos de elaboração dos "novos" tratamentos sobre "novos" problemas para o ritmo acelerado de condições de emergência, mostram seu caráter de montagem entre diversos modos especialistas e leigos de tratar. A noção de palimpsesto permite modelar esses tratamentos como uma montagem entre fragmentos heterogêneos, que correspondem a diferentes regimes de verdade-autoridade, genealogias e cronologias. Finalmente, abordar o avanço dos sistemas especialistas sobre "novos problemas", através da noção de palimpsesto promove, por sua vez, o questionamento da linearidade, homogeneidade, universalidade da medicalização e a revisão de seu estatuto crítico.